Sempre um forte domina um mais fraco? Será?

Há séculos perpetuamos (nós todos) uma lógica de dominação de um mais forte sobre um mais fraco. A próxima geração PRECISA começar de outro lugar. E essa responsabilidade é nossa, hoje. Precisamos ser inspiração e ação. Precisamos estar atentas e atentos para garantir que as crianças estejam hoje em espaços e com pessoas que favoreçam e inspirem colaboração, respeito, escuta. Não dá mais para fingir que a gente não vê. Não dá mais para entregar todos os dias as nossas crianças a espaços onde só aprendam e apreendam submissão, massificação, silenciamento, competição, desencorajamento, desconexão com o corpo e que não legitima os desejos e potenciais individuais, complementares em um grupo. Há muitas vozes gritando isso, de todos os lados. Vozes às vezes caladas com ritalina ou na tela de um celular ou no uso de substâncias tóxicas ou, no pior dos casos, no autosilenciamento perpétuo.

Está nas nossas mãos assumir com coragem e enfim, depois de séculos, criar outra lógica. E é possível. Criar alternativas, dentro de nós, nas nossas casas, para nossa comunidade. Sair do mero discurso, mudar o olhar sobre nossos processos, criar redes, estar com quem é o que a gente quer se tornar. Não buscar mais prever o futuro, porque ele a gente é que cria. Cuidar das nossas meninas e meninas com escuta, aceitar e amar as crianças como são, dando contorno, contando a eles como é que se relacionam consigo mesmos, com o outro e com o mundo. Se a gente não sabe, vamos aprender. Todos estamos em processo. O que a gente precisa é só de coragem, juntos.