O que EU vou ser quando crescer? ou O medo nos atrasa.

Me fiz essa pergunta esses dias, entrando na onda do papo das crianças.

Elas conversavam sobre os sonhos delas, e eu achei uns tão incríveis que soltei: Uau! Eu também quero ser isso quando crescer!

Fez-se um breve silêncio, seguido de um plus de euforia na conversa. Gabriel até observou: se eu me tornar o que eu digo hoje que quero ser quando crescer quando eu tiver 25 anos, então você pode ser tornar o que disser antes dos 60!

Foi até difícil de escrever a frase aqui pra reproduzir a ideia, mas deu pra captar que a minha vida ainda pode estar só na metade ou menos, ou, mais profundo ainda, pode estar é no finzinho e as coisas que quero ser ainda posso me tornar (se eu não me matar antes de estar mortinha de verdade).

Pra completar, tropecei numa senhora um pouco mais tarde, de 82 anos, noiva de um senhor de 84. Dois meses de namoro, casamento marcado pro próximo final de semana. Nossa mente pequenina diz: “Claro, se esperar muito pode não dar tempo porque são velhinhos e já já vão morrer”.

Mas a alma sábia lembra: “Aprenderam que o medo nos atrasa, seja em que momento da vida for.” Isso: o medo nos atrasa. Mera ilusão de segurança e controle.

Juntando um momento com o outro, a mensagem do dia foi: vive, sem se perder nesse pensar circular. Porque, como diz o incrível poeta, “pensar é estar doente dos olhos”.

(Que bom que eu não perdi essa conversa boa olhando em celular ou sei lá. Me cuido muito com isso, e vejo que essa sentinela traz uma bela recompensa. Agradeço, filhotes!)