Correção ou coração?

Porque nos angustiamos muuuito diante da possibilidade de falharmos; porque a inércia do corrigir e aprimorar vence o coração se nos distraímos; porque não nos permitimos simplesmente estar junto com a casa caindo; porque alguém um dia nos cobrou o botão que faltava, em vez de nos abraçar nessa ou em qualquer outra condição; porque insistimos em nos justificar nos nossos “porquês” em vez de mudar e ouvir nosso coração ( que quer é esses olhinhos dentro do nosso abraço)... por isso tantas vezes o que eles ouvem é a última fala. É a cobrança, a imperfeição, mais um ajuste, um último item do checklist permanente e parece que a hora do desfrute nunca chega, parece que nunca será mais importante o estar presente do que o como está. Pela liberação e libertação de nós mesmas e dessas crianças! O perfeito tem um preço alto, carrega nossa angústia de sermos perfeitas e jamais seremos. Jamais. A perfeição me assusta. Criança arrumada demais, penteada demais, com brinquedos demais, com notas altas demais me deixam alerta, porque não as vejo. Vejo critérios externos rigorosamente cumpridos, mas não sei o que é esse ser, onde ele se distrai das demandas para se ocupar com o que ele é. Onde não dá tempo de trocar a roupa porque a árvore tinha mais um galho que precisava subir. De todo o checklist diário, proponho que avaliemos o que é realmente importante pra essa pessoa, esse ser, que é nosso filho. Avaliemos o que insistimos porque realmente sabemos que é fundamental para nosso filho ou porque nos preocupamos com nosso desempenho de mãe. Esse é o ponto nevrálgico, mas, se tomamos consciência dele, podemos olhar essa criança, mostrar o amor e o reconhecimento dele ser quem é, como é. Liberar, ouvir, apoiar, acompanhar. O que pode ser mais importante? ❤️